Habitação e alimentação pesam mais no custo de vida das famílias de menor rendimento, do que nos agregados mais ricos, diz BdP. Fonte: Idealista News

O contexto externo e financeiro tem vindo a “deteriorar-se” pela via da subida da inflação e das taxas de juro nos créditos habitação, que estão a ter “efeitos adversos” sobre o rendimento disponível de todas as famílias portuguesas, desde as mais ricas às mais pobres, aponta o Banco de Portugal (BdP). Só na primeira metade de 2022, a inflação fez encolher o rendimento disponível real das famílias em 1% face ao mesmo período do ano passado. Mas quais são as despesas que pesam mais e menos em cada agregado? O idealista/news passou a pente fino o Boletim Económico de outubro do BdP e conta tudo.

“O aumento recente da inflação pode ter impacto desigual sobre as famílias, refletindo a evolução diferenciada dos preços dos diversos bens e serviços e o seu peso no cabaz de consumo de cada família”, começa por explicar o regulador liderado por Mário Centeno no boletim publicado esta terça-feira, dia 18 de outubro. Isto acontece porque, afinal, “cada família tem um perfil de consumo distinto, refletindo as suas caraterísticas, circunstâncias de vida ou preferências”.

Nos primeiros oito meses de 2022, as estimativas de inflação para os vários grupos de famílias “são bastante próximas”, mas o peso no cabaz de consumo é muito diferente para cada nível de rendimento familiar, destaca o BdP:

  • Famílias de menor rendimento: a inflação estimada resulta, em larga medida, do aumento dos preços de bens e serviços essenciais. O contributo dos bens alimentares e dos custos com a habitação (onde se inclui a energia) explica 73% da variação do custo de vida destas famílias em agosto de 2022;
  • Famílias de maior rendimento: aqui o contributo da variação dos preços dos bens essenciais é de 40% para a inflação estimada, enquanto o contributo da subida dos preços dos restaurantes e hotéis se situa em quase 25%.

“Embora o peso da despesa em gasolina e gasóleo não seja muito diferenciado entre níveis de rendimento, as famílias nos quintis intermédios de rendimento são ligeiramente mais penalizadas pelo aumento do preço destes bens”, destacam ainda.

Outra conclusão do estudo é que “os contributos dos preços dos bens alimentares e da classe de habitação (incluindo água, eletricidade e gás) aumentam com a idade do representante do agregado familiar”. Para as famílias mais jovens, o contributo destes bens essenciais é de 46%, enquanto para as famílias mais velhas é de 64%.https://datawrapper.dwcdn.net/7DutS/2/

Menos rendimentos e poupanças em 2022

Olhando para o universo de todas as famílias portuguesas, o BdP prevê que o rendimento disponível real vai estagnar em 2022 nos 0,2% (após 2,2% em 2021), estando “condicionado pelo perfil marcado da inflação”. Ainda assim, os apoios às famílias para mitigar os efeitos da inflação deverão ter um contributo de 1,4 pontos percentuais para a variação do rendimento disponível em 2022, dizem ainda.

Por outro lado, a taxa de poupança continuará a crescer (4,9%), – embora bem menos face aos 9,8% registados – o que vai permitir a “aceleração do consumo num contexto de elevada inflação e estagnação do rendimento disponível real”. “A redução da poupança para valores inferiores à média histórica é compatível com alguma diminuição da riqueza acumulada pelas famílias durante a pandemia”, explicam deste o regulador.

Mas “a deterioração das expectativas económicas a curto prazo e o aumento da incerteza deverá justificar um aumento da poupança por motivo de precaução, que será facilitado pelas medidas públicas de apoio ao rendimento das famílias”, explicam ainda.

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