Prestações da casa voltam a descer em fevereiro com recuo da Euribor

Taxas mensais da Euribor voltaram a descer para todos os prazos em janeiro, trazendo novo alívio às prestações. Vês as simulações. Fonte: Idealista News

Ao longo dos últimos dois anos, as famílias viram os seus orçamentos bem mais pressionados com o agravamento das prestações da casa via Euribor. Mas o tempo de aperto financeiro pode estar a chegar ao fim: as taxas Euribor voltaram a descer para todos os prazos em janeiro de 2024, aliviando as prestações da casa (ainda que ligeiramente). Isto quer dizer que quem está a pagar um crédito habitação a taxa variável vai sentir uma descida na prestação se for revista em fevereiro. E quem está a pensar comprar casa com recurso a financiamento bancário indexado à Euribor também irá pagar menos de prestação do que quem contratou nos meses anteriores, tal como revelam as simulações do idealista/créditohabitação.

As taxas Euribor continuaram a sua trajetória de subida a pique até outubro de 2023, altura em atingiram máximos dos últimos anos. Mas, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido manter as taxas de juro diretoras inalteradas na reunião de outubro, as taxas Euribor começaram a dar os primeiros sinais de descida. E, de lá para cá, o indexante tem assumido uma trajetória descendente (embora a baixa velocidade), reagindo à manutenção dos juros do BCE por três reuniões consecutivas.

Se em outubro de 2023, as taxas mensais da Euribor estavam no patamar dos 4%, em janeiro de 2024 estão entre 3,5% e 3,93%:

  • Euribor a 12 meses: a média mensal desceu para 3,609% em janeiro, menos 0,067 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior (3,679%);
  • Euribor a 6 meses: a taxa do prazo intermédio caiu para 3,892% em janeiro, depois de se ter fixado em 3,927% em dezembro (-0,035 p.p.);
  • Euribor a 3 meses: voltou a descer ligeiramente para 3,925%, menos 0,01 pontos percentuais face a dezembro (3,935%). Esta foi a segunda queda desta taxa mensal.

Esta nova descida das taxas Euribor vai ao encontro das expectativas de mercado, que antecipam este indexante vai descer ao longo de 2024, podendo mesmo terminar o ano nos 3%. Mas os analistas admitem que a Euribor só vai descer de forma mais expressiva quando o BCE decidir avançar com os primeiros cortes dos juros diretores, que estão previstos só para o verão deste ano, e ainda dependentes da estabilização da inflação na Zona Euro nos 2%, da evolução dos salários, bem como do desenvolvimento dos conflitos no Médio Oriente e no Mar Vermelho, que podem trazer subidas significativas nos preços da energia.

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Novo crédito habitação em fevereiro de 2024: como vai descer a prestação?

As famílias que estão a pensar comprar casa em fevereiro de 2024, com recurso a crédito habitação a taxa variável, vão pagar menos de prestação da casa do que quem contratou no mês anterior, tal como mostram as simulações do idealista/créditohabitação, tendo por base um novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:

  • Crédito habitação com Euribor a 12 meses: quem avançar com o empréstimo em fevereiro de 2024 vai pagar uma prestação de 770 euros no primeiro ano, menos 6 euros do que quem avançou com o financiamento em janeiro (776 euros);
  • Crédito habitação com Euribor a 6 meses: neste caso a prestação da casa a pagar em fevereiro e nos cinco meses seguintes será de 795 euros, menos 3 euros do que quem se antecipou e contratou o crédito em janeiro;
  • Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 799 euros nos primeiros três meses do contrato. Este valor da prestação apurado para fevereiro é igual ao de janeiro, uma vez que a Euribor teve uma ligeira descida entre estes dois momentos.

Estas descidas da Euribor ainda não colocaram as prestações da casa nos novos contratos ao nível de fevereiro de 2023, continuando ainda bem superiores. Há um ano, a Euribor a 12 meses estava nos 3,337% e a prestação nos 745 euros, sendo hoje ainda 25 euros superior. Também Euribor a 6 meses estava mais elevada, nos 2,858%, e a prestação da casa nos 704 euros, pelo que agora está 91 euros mais elevada.

Por isso mesmo, quem contratou um crédito habitação com a Euribor a 12 meses vai ver a prestação da casa a ser revista em alta este mês, muito embora a dimensão da subida vá depender de outros fatores, como do capital em dívida e do ano do contrato. Já nos caso dos prazos mais curtos (Euribor a 6 e 3 meses), os mutuários vão sentir já um alívio no orçamento familiar na revisão deste mês, ainda que pequeno, já que a Euribor nos últimos seis meses estava perto dos 4%.

Prestações da casa continuam altas? Continua a haver apoios

Quem já está a pagar um crédito habitação a taxa variável e vir a prestação da casa a ser revista no início do ano, poderá sentir um ligeiro alívio na carteira no caso dos prazos mais curtos. Mas não será suficiente para colmatar as subidas a pique as prestações ao longo dos últimos quase dois anos. Por isso mesmo, importa lembrar que há vários apoios públicos que as famílias podem aderir para obter maior folga financeira:

  • Fixar a prestação da casa: medida dá desconto até 30% na Euribor durante 2 anos. Quem quiser beneficiar deste apoio terá de apresentar o pedido ao banco até dia 31 de março;
  • Bonificação dos juros até 800 euros por ano;
  • Suspensão da comissão de amortização antecipada;
  • Resgatar o Plano de Poupança Reforma (PRR) para amortizar o crédito habitação e pagar a prestação da casa, sem quaisquer penalizações;

Quem não está abrangido por estes apoios, também pode optar por transferir o empréstimo habitação para outro banco ou mudar para taxa mista de forma a reduzir a prestação da casa, por exemplo.

A Inteligência Artificial no futuro dos seguros em Portugal

Vários especialistas do setor segurador reuniram-se na webtalk “A Inteligência Artificial no futuro dos seguros em Portugal” para discutirem o impacto que a IA pode trazer a este mercado. Veja aqui. Fonte: ECO Seguros

No universo dos seguros, a evolução galopante da Inteligência Artificial (IA) emerge como um farol a iluminar o caminho para o futuro. Na era digital, onde cada avanço tecnológico redefine paradigmas, a IA revela-se uma peça-chave no tabuleiro do setor segurador em Portugal.

Conferência ECO Seguros "A IA no futuro dos seguros em Portugal" - 25JAN24
Inteligência real para saber o estado da arte da IA nos seguros: Maria João Mileu, Ricardo Gonçalves, Tiago Rodrigues e Miguel Simões.Hugo Amaral/ECO

Neste contexto, a webtalk “A Inteligência Artificial no futuro dos seguros em Portugal”, moderada por Francisco Botelho, diretor do ECOseguros, serve para debater os impactos diretos e indiretos desta transformação. Para isso, reuniram-se neste debate, organizado pelo ECOseguros e pela Minsait, Maria João Mileu, Head of Transformation and Efficiency, AGEAS; Miguel Simões, Head of Financial Services Industry, Indra; Ricardo Gonçalves, Center for Artificial Inteligence & Analytics, Fidelidade; e Tiago Rodrigues – Chief Service Officer, Tranquilidade.

O conceito de Inteligência Artificial não é novo, mas recentemente surgiram quatro fatores que contribuíram para esta tendência. Primeiro, os avanços da ciência, as bases do conhecimento e os algoritmos e, do lado dos algoritmos, em particular, os Large Language Models, que estão na base do treino da IA generativa. Um segundo pilar está relacionado com os avanços da ciência da computação, que permitem uma grande velocidade de computação, escala e acessibilidade. Um terceiro pilar tem a ver com o acesso a dados, já que, hoje em dia, com a Internet, é possível ter quantidades de informação e de dados brutais, que servem para treinar os modelos de IA. E, depois, um quarto pilar tem a ver com o desenvolvimento de softwares de uso mais simplificado, que fazem com que seja possível democratizar o uso de IA”, começou por dizer Miguel Simões.

Por sua vez, Maria João Mileu, da AGEAS, explicou as mais valias que o uso de IA traz na prática: “Ultimamente, temos investido mais esforços financeiros e humanos para levar a bom porto esta transformação. Eu diria que a IA é aplicável a toda a cadeia de valor, desde logo na definição da oferta dos produtos, dos serviços. E, com a imensidão de dados que nós temos dos nossos clientes e com a utilização da IA baseada nessa informação, é muito mais fácil conseguirmos personalizar os nossos produtos em linha com os comportamentos e as necessidades dos nossos clientes. Com isso, determinar melhor o risco e ter um pricing mais ajustado e, a partir daqui, ter uma oferta quase instantânea a cada cliente, em função daquilo que são os seus hábitos de vida e as suas necessidades”.

“Acho que a indústria seguradora é excelente para aplicar os princípios de IA. É difícil encontrar uma zona onde a IA não traga valor dentro de uma seguradora e agora, com estas novas capacidades da IA generativa, o apoio individual a cada uma das pessoas. É um tema para o qual estamos a olhar com muita atenção porque percebemos que conseguimos ganhar alguma velocidade se apoiarmos cada uma das nossas pessoas naquilo que eles fazem como funcionário, ajudando a maximizar as suas capacidades, através de um sistema que é virtual e que tem algumas capacidades funcionais muito interessantes. Todos nós sabemos que estas tecnologias ainda não têm um grau de maturidade muito elevado e, portanto, este tipo de apoio a determinadas funções pode ser muito interessante porque o ser humano depois vai decidir o que quer e não quer aproveitar daquilo que lhe foi sugerido”, disse Ricardo Gonçalves, da Fidelidade.

Já Tiago Rodrigues, da Tranquilidade, afirmou que na Tranquilidade Generali, olham para a IA a partir de três ângulos: “Um primeiro que é como servir melhor os nossos clientes, como sermos mais rápidos, como construirmos mais ferramentas de self service, não tanto alavancadas por chatbots que vão por regras, mas em chatbots que constroem sobre algoritmos, que nos permitem resolver muito mais casos de forma totalmente automática; em segundo lugar, estamos a olhar para os nossos colaboradores e a pensar como podemos ter uma força de trabalho mais satisfeita e mais produtiva, alavancando a IA para dar respostas mais rápidas; e, em terceiro lugar, estamos atentos aos nossos parceiros, já que acreditamos que a IA para os nossos parceiros, agentes, consultores, etc, poderá ter um papel importante no apoio para conhecer melhor os processos da companhia, a gerar novo negócio, tirando alguma da carga que eles têm de serviço e focando mais na geração de novo negócio”.

Retorno do investimento

“Eu diria que as organizações ainda estão numa fase experimental e inicial desta jornada da adoção e aquilo que temos vindo a assistir é que, do ponto de vista do modelo de governo e de liderança, também se tem vindo a capacitar com uma maior sensibilização para os temas do retorno e, portanto, estão a implementar políticas, procedimentos e a sua visão relativamente a como conseguem mensurar o retorno destas iniciativas. Naturalmente, o fator liderança é muito importante, portanto, a consciencialização da gestão de topo, e depois o passar dessa mensagem a toda a organização“, afirmou Miguel Simões.

Nesse sentido, Maria João Mileu esclareceu que, apesar da capacitação trazida pela IA, esta não vem para substituir pessoas: “Precisamos de nova geração de competências para desenvolver algoritmos de IA, mas a IA não é para substituir pessoas, a IA é para trazer uma nova dinâmica e uma nova dimensão à nossa forma de trabalhar. As dimensões todas que a IA vai impactar dentro de uma organização tem de ser trabalhadas convenientemente e isso significa que temos de perceber o impacto que vamos ter nos nossos processos e trabalhar nesse sentido, temos que perceber que as nossas pessoas que estão hoje com determinadas funções dentro desses processos vão ter outras completamente diferentes e é preciso prepará-las e perceber como as formar para que elas possam aprender a usar a IA em prol do seu trabalho diário“.

No que diz respeito à capacitação de pessoas, Ricardo Gonçalves deu o exemplo da Fidelidade, que tem operações na Ásia, em África, na América Latina e na Europa, e onde consegue observar graus de maturidade diferentes. “Esta maturidade é representada na capacidade executar projetos de IA. Portanto, o centro do qual sou responsável tem uma missão internacional, ou seja, nós trabalhamos estes temas com todas as geografias que fazem parte do universo Fidelidade. E, em alguns, é mais difícil fazer os projetos, mas, curiosamente, não é porque as pessoas não o queiram fazer, é mais porque a capacidade tecnológica daquelas organizações ainda não está no ponto que nós necessitamos. Por isso, é necessário haver investimento, mas é importante haver um business case interessante e perceber o retorno que esse investimento irá ter“.

“Nós estamos a preparar o terreno, a juntar as peças e todas as fontes de conhecimento e de codificação dos nossos processos para, depois, podermos aplicar IA por cima disso. E isso não depende tanto dos nossos sistemas, depende mais da nossa capacidade de estruturar informação e depois usar os modelos. As pessoas vão ter que sofrer um reskilling das suas capacidades e muitas delas já pedem esse reskilling porque muitos dos processos dos projetos de otimização que nós temos já passam um bocadinho por substituir aquilo que a IA poderá fazer pelas pessoas no futuro“, disse, por sua vez, Tiago Rodrigues.

A segurança dos dados

De acordo com Miguel Simões, “relativamente ao tema da tecnologia, e pondo em perspetiva aquilo que são os principais fatores de sucesso da adoção da IA, há um ponto que tem a ver com a definição de uma estratégia robusta de IA, devidamente alinhada com os objetivos de negócio das organizações e como é que essas estratégias de IA se vertem para o modelo operativo, modelos de governo e estruturas organizacionais”.

No entanto, dentro deste ponto, Maria João Mileu referiu a importância da proteção de dados para o sucesso do uso de IA. “Há áreas sensíveis que temos de acautelar. No caso das seguradoras, os dados incluem dados pessoais e, muitas vezes, sensíveis. Por exemplo, a área de saúde é o exemplo real disso, portanto temos de acautelar que essa informação é trabalhada da forma mais séria e ética possível”, alertou.

“Quando olhamos para a diferença entre os modelos de IA e os modelos de IT normais, a grande diferença é que os modelos de IA aprendem. Portanto, nós temos é de ajudar o algoritmo a calibrar-se e a aprender com os dados que estamos a escolher. E nós, nesta parte, passamos a ter um cuidado muito sério na informação que usamos no treino dos nossos algoritmos, isto é, logo na raiz. Atualmente, temos quatro pessoas a tempo inteiro que estão a criar datasets com as condições que nós queremos para fazer o melhor treino dos algoritmos e é nessa zona que nós temos de ter o cuidado na informação que damos para o algoritmo ensinar. Portanto, temos aqui já uma preocupação intrínseca ao próprio processo, que permite que os nossos algoritmos estejam com o treino que nos parece correto“, garantiu Ricardo Gonçalves.

Já Tiago Rodrigues explicou que na Tranquilidade, o tema da ética “é uma discussão bastante acesa”: “Para mim, a ética começa a ser um tema quando há uma tomada de decisão sem ter uma intervenção humana. E nós, neste momento, ainda não acreditamos que a IA esteja madura o suficiente para tomar decisões pelos humanos. A tomada de decisão aqui é o ponto-chave e por isso é importante perceber até que ponto nós conseguimos que o algoritmo, a máquina, tome uma decisão que seja humanamente justificável. Não tenho dúvidas de que, no futuro, uma vez que haja mais regulamentação e mais experiência, vamos evoluir para máquinas a decidir nos casos mais simples. Neste momento, ainda acho que é um risco ético bastante grande pôr uma máquina a decidir por uma pessoa“, afirmou.

IA revolucionará o setor segurador?

Com os olhos postos no futuro, Tiago Rodrigues acrescentou que a IA vai ser uma revolução, já que considera que esta vai transformar a forma como as pessoas trabalham e interagem entre si: “No setor segurador, a IA vai ter ainda uma implicação muito grande, do ponto de vista de gestão de risco e de desenho de oferta. Isto porque, quando tivermos veículos autónomos, com seguros, como será o seguro automóvel do futuro? Quando tivermos pessoas com chips que controlam os batimentos cardíacos, o açúcar no sangue e tudo isso, como é que serão os seguros de saúde? Quais são os modelos de risco inerentes a este tipo de tecnologia?“.

Maria João Mileu concordou com o ponto de vista de Tiago Rodrigues, mas acrescentou que aproveitar o acesso a toda a informação disponibilizada pela IA pode ser muito vantajoso para as seguradoras. “Imagine o que é o acesso a esta informação poder ser trabalhado do lado da indústria seguradora e adaptar toda a sua oferta ao cliente, ao risco do cliente, tornando cada vez mais justo a oferta personalizada, preço associado e o valor acrescentado para o cliente. Portanto, não há dúvida de que a IA vai revolucionar nesta matéria e noutras”, garantiu.

A mesma ideia foi partilhada por Ricardo Gonçalves, que explicou: “Eu acho que a IA pode ajudar os seguros a disseminarem mais pela nossa sociedade porque, se nós realmente conseguirmos ganharmos mais eficiência, vamos conseguir ter melhores preços, estar presentes transversalmente em várias zonas e até em indústrias onde, habitualmente, não estamos. E isso vai-nos ajudar, até pelo facto de o mundo se tornar mais seguro”.

“A IA vai criar, inevitavelmente, uma melhor experiência de cliente, ingressar novos mercados, novos nichos, novos segmentos. E pode contribuir para uma maior individualização dos grupos de risco homogéneo. Eu diria que a atividade seguradora como um todo vai passar de um paradigma que é, de alguma forma, de detetar e reparar, para mitigar e prevenir. Por isso, a IA veio para ficar, tanto para o mercado, como para o setor segurador“, concluiu Miguel Simões.

Acompanhe toda a conversa aqui: https://www.youtube.com/watch?v=EUhpe4lFFMs

Fixar a prestação da casa: mais de 5 mil famílias já aderiram

Só o Santander deu luz verde a 3 mil pedidos de fixação das prestações da casa durante dois anos. Bonificação também está em alta. Fonte: Idealista News

Os pedidos de adesão à fixação da prestação da casa durante dois anos têm estado a aumentar, para fazer face aos elevados juros que ainda se fazem sentir. E muitos têm sido aprovados. Só os bancos Santander, Millenium bcp e Crédito Agrícola já fixaram as prestações da casa a mais de cinco mil famílias. Também a adesão à bonificação dos juros tem estado em alta, com os mesmos bancos a aprovaram quase 25 mil pedidos.

Ao aderir a este apoio, as famílias vão pagar prestações da casa mais reduzidas durante dois anos, por via do corte da Euribor até 30%. Mas, note-se, que os mutuários vão ter de pagar mais tarde este período de carência. Mesmo assim, o número de pedidos de adesão à fixação das prestações tem sido crescente, dado o atual contexto em que os juros continuam elevados – embora a Euribor já esteja a dar os primeiros sinais de descida. Além disso, quem quiser beneficiar deste apoio terá de apresentar o pedido ao banco até dia 31 de março.

Os dados mais recentes sobre a atribuição deste apoio revelam que só os bancos Santander, Millenium BCP e Crédito Agrícola já congelaram a prestação da casa a mais de cinco mil famílias, revela o Jornal de Notícias. Em concreto, assim foram aprovados os pedidos para fixar os juros na prestação da casa:

  • Santander: deu luz verde a 3 mil pedidos (60% do total);
  • BCP: aprovou dois mil pedidos;
  • Crédito Agrícola: confirmou 108 pedidos.

Também a adesão à bonificação dos juros tem estado em alta. Os mesmos três bancos aprovaram até agora 24.981 pedidos. Destes, 17 mil foram aprovados pelos Santander, cinco mil pelo BCP 2.981 pelo Crédito Agrícola, refere o mesmo jornal.

Ao que tudo indica o universo de clientes com prestações da casa fixadas ou que aderiram à bonificação dos juros poderá ser ainda maior, uma vez que estes dados não incluem as aprovações por parte de outros grandes bancos como a CGD, Montepio, Novo Banco ou o BPI.

Artigo visto em (Jornal de Notícias)

Mais de cinco mil clientes bancários congelaram a prestação da casa

Alívio na Euribor e prestação da casa? Só depois do corte de juros

BCE admite baixar as taxas no verão. E só aí é que as famílias vão sentir efeito maior na carteira, dizem especialistas. Fonte: Idealista News

Nos últimos meses, as taxas Euribor e as prestações da casa têm vindo a dar os primeiros sinais de descida, em reação à manutenção dos juros diretores desde outubro por parte do Banco Central Europeu (BCE) – que, pela terceira vez, decidiu deixar a taxa de refinanciamento nos 4,5% na reunião de política monetária realizada esta quinta-feira. E as boas notícias não ficam por aqui: também a inflação em Portugal continua a recuar, reduzindo o custo de vida e permitindo aumentar a poupança. Mas quando é que as famílias vão sentir mais alívio na carteira? Ao que tudo indica, tanto a Euribor como as prestações da casa só vão cair de forma mais expressiva, quando houver uma descida dos juros do BCE, que está prevista para o verão de 2024, muito embora esteja ainda dependente da evolução da inflação na Zona Euro, dos salários, bem como do desenrolar dos conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente, que têm efeitos diretos na economia.

  1. Porque é que o BCE voltou a manter os juros?
  2. Euribor continua a descer e traz (ligeiro) alívio às prestações
  3. BCE vai descer os juros só no verão
    1. Qual será a dimensão dos cortes dos juros do BCE em 2024?
  4. Como vão evoluir as taxas Euribor quando houver descida dos juros do BCE?
  5. As próximas reuniões do BCE

Porque é que o BCE voltou a manter os juros?

Foi na reunião de política monetária de outubro de 2023, que o BCE decidiu interromper o ciclo de dez subidas consecutivas das suas taxas de juro diretoras, que havia sido iniciado em julho de 2022 em resposta à elevada inflação que se fazia sentir na Zona Euro (estava 8,9% nesse mês). E de lá para cá, a política monetária do regulador liderado por Christine Lagarde não se alterou: na reunião desta quinta-feira, dia 25 de janeiro, o BCE decidiu deixar os juros inalterados entre 4% e 4,75% até, pelo menos, dia 7 de março, data do próximo encontro entre líderes europeus.

Por detrás da manutenção dos juros diretores está, sobretudo, a clara descida da inflação na Zona Euro observada no último ano, que reflete a transmissão da política monetária mais restritiva para as economias europeias, abrandando o consumo e o investimento. Depois de ter atingido o pico de 10,6% em outubro de 2022, a inflação no espaço europeu tem vindo a cair gradualmente (embora de forma não linear), tendo chegado aos 2,4% em novembro e aos 2,9% em dezembro, segundo os dados do Eurostat. Em Portugal, a inflação caiu ainda mais: dos 10,1% em outubro de 2022 para 1,4% em dezembro de 2023, estando abaixo do objetivo dos 2% traçado pelo guardião do euro.

É por isso mesmo que o Conselho do BCE continua a considerar que “as taxas de juro diretoras estão em níveis que, se forem mantidos por um período suficientemente longo, darão um contributo substancial” para que a inflação regresse ao objetivo de médio prazo de 2%, o nível em que é assegurada a estabilidade de preços, volta a sublinhar em comunicado. Isto quer dizer que as taxas de juro diretores deverão permanecer nos atuais patamares mais alguns meses, até haver garantias de que a inflação estabiliza nos 2%. E significa também que os juros do BCE já atingiram o seu pico, não estando previstas novas subidas se não houver novos choques económicos, tal como confirmou Christine Lagarde no início deste ano.

Acontece que, apesar de os juros do BCE não estarem a aumentar, a política monetária continua de tal forma restritiva que está a enfraquecer a economia da Zona Euro, havendo baixas perspetivas de crescimento para 2024, com impacto no emprego, no consumo e até na confiança dos consumidores. É por isso mesmo que Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal, admite que “o abrandamento das principais economias europeias, bem como o seu impacto nos níveis de emprego, leva-nos a acreditar que a primeira redução dos juros do BCE está cada vez mais próxima”. As previsões de Lagarde apontam para que a primeira descida dos juros diretores se realize no verão deste ano.

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Euribor continua a descer e traz (ligeiro) alívio às prestações

A reta final de 2023 trouxe um ponto de viragem no que diz respeito à evolução das taxas Euribor – as taxas de referência mais utilizadas em Portugal nos empréstimos habitação a taxa variável e mista (em período variável). Depois de o BCE ter decidido manter a sua taxa de refinanciamento inalterada nos 4,5% nas reuniões de outubro e dezembro, as taxas mensais da Euribor logo reagiram e desceram ligeiramente, tendo a queda mais expressiva sido sentida no prazo mais longo:

  • Euribor a 12 meses: a média mensal desceu para 3,679% em dezembro, menos 0,343 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior (4,022%). Esta foi a terceira vez que a Euribor no prazo mais longo desceu no atual ciclo de subidas;
  • Euribor a 6 meses: esta taxa desceu 0,138 pontos para 3,927% em dezembro. A descida da média da Euribor a 6 meses em dezembro foi a segunda registada nos últimos dois anos;
  • Euribor a 3 meses: desceu ligeiramente em dezembro para 3,935%, menos 0,37 pontos percentuais face a novembro (3,972%). Esta foi a primeira queda da taxa mensal.

Muito embora as taxas mensais da Euribor estejam ligeiramente mais baixas em dezembro do que no mês anterior, a verdade é que tanto os juros, como as prestações da casa continuam a ser bem superiores face há um ano, segundo mostram as simulações do idealista/créditohabitação, tendo por base um novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:

  • Euribor a 12 meses: estava nos 3,005% em dezembro de 2022, um valor ainda acima da registada em dezembro de 2023 (3,679%). Assim, as prestações da casa nos novos créditos habitação assinados em janeiro deste ano situaram-se nos 776 euros, enquanto há um ano estavam nos 716 euros;
  • Euribor a 6 meses: esta taxa encontrava-se nos 2,560% há um ano, estando agora nos 3,927%. De acordo com as mesmas simulações, a prestação da casa em janeiro de 2024 foi de 798 euros, um valor acima do observado um ano antes (678 euros).

Apesar deste recente alívio nas taxas de juro prestações da casa na reta final de 2023 (e de os bancos estarem a oferecer spreads mais baixos), o Banco de Portugal (BdP) voltou a registar uma “ligeira diminuição da procura de empréstimos para aquisição de habitação”, também devido à confiança dos consumidores e às perspetivas para o mercado da habitação. E também continuaram em alta outras tendências já observadas no mercado que permitem escapar aos altos juros, como a transferência de créditos, a renegociações e ainda a adesão aos vários apoios públicos (como as amortizações antecipadas sem comissões, bonificação dos juros e ainda à fixação da prestação durante dois anos).

Mas há boas perspetivas para um futuro próximo: esta trajetória de ligeira descida das taxas Euribor está a continuar nos primeiros dias de janeiro de 2024, com os três prazos a manterem-se abaixo dos 4%. Em concreto, a Euribor diária a 12 meses tem estado a estabilizar nos 3,67% nos últimos dias, enquanto as taxas diárias dos prazos mais curtos estão em torno dos 3,9%. O impacto da nova manutenção dos juros do BCE nas taxas de juro “tende a ser positivo”, especialmente na Euribor a 12 meses”, enquanto nos prazos mais curtos a descida deverá continuar a ser menos expressiva, analisa Miguel Cabrita.  

Esta é uma boa notícia para quem tem crédito habitação a taxa variável (ou mista em período variável), já que nas próximas revisões as prestações da casa deverão descer, embora pouco. “Para quem procura comprar casa, esta também é uma boa notícia, uma vez que, no início do ano, já se verifica a maioria dos bancos reviram em baixa as suas ofertas de crédito habitação, uma tendência que esperamos que se consolide à medida que o ano avança”, acrescenta o especialista.

Prestação da casa em Portugal

Foto de RDNE Stock project no Pexels

BCE vai descer os juros só no verão

Pela terceira vez desde outubro, o BCE decidiu manter as suas taxas de juro diretoras inalteradas na primeira reunião de política monetária realizada em 2024. E embora não tenha discutido cortes dos juros em dezembro, Christine Lagarde já veio a público indicar que poderá haver reduções nas taxas de juro no verão de 2024 – e reforçou esta quinta-feira, que considera “prematuro” antecipar cortes dos juros para antes do verão. Isto porque, além de ter de confirmar que a inflação estabiliza em torno dos 2%, há outros indicadores que ainda não são conhecidos, como é o caso da evolução dos salários e o impacto nos preços da energia da evolução da guerra no Médio Oriente.

Esta ideia já havia sido reforçada pelos membros do BCE durante o Fórum Económico Mundial, em Davos, que decorreu na semana passada: são baixas as probabilidades de a instituição de Frankfurt relaxar a política monetária antes do verão, perante o atual contexto de crises múltiplas, com destaque para os preços da energia menos previsíveis no contexto da guerra entre Israel e o Hamas e a crise no Mar Vermelho, que também está a aumentar os custos dos transportes.

De qualquer forma, Miguel Cabrita acredita que se podem tirar duas conclusões do resultado da reunião do BCE realizada esta quinta-feira (dia 25 de janeiro): “A primeira confirma, sem dúvida, que a direção das taxas de juro no futuro próximo é descendente, indicando que o ponto mais alto da curva já ficou para trás. A segunda conclusão, que atualmente preocupa mais o BCE, está relacionada com o momento e a intensidade da descida das taxas. É evidente que ainda enfrentamos algumas pressões inflacionistas, sendo o receio predominante nos bancos centrais a redução das taxas para, posteriormente, terem de as aumentar”, sustenta ainda o responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal, que acredita que “se a economia continuar a enfraquecer e isso se refletir de forma definitiva nos preços, o BCE poderá até antecipar a medida antes do verão”.

Juros do BCE a descer

Christine Lagarde, presidente do BCEGetty images

E não é o único a apontar um corte nos juros do BCE antes do verão. “Apesar da manutenção deste tom assertivo por parte do BCE, os mercados financeiros já antecipam um primeiro corte nos juros ainda durante a primeira metade do ano, com quatro mais que se seguirão até ao final de 2024, num total de 150 pontos base”, destaca Ricardo Evangelista, diretor executivo da ActivTrades Europe, citado pela Lusa. Esta expetativa dos mercados financeiros é alimentada por projeções para a evolução da inflação, que deverá tocar nos 2% durante os próximos meses, e a necessidade de estimular o crescimento e contrabalançar riscos de recessão.

Esta posição também é partilhada por Peter Goves, responsável pela análise da dívida soberana dos mercados desenvolvidos na MFS Investment Management, que considera possível que os cortes nas taxas de juro possam ocorrer mais cedo. “Mantemos a opinião de que as fracas perspetivas de crescimento [económico], com atividade abaixo do potencial durante vários trimestres, aliadas à descida da inflação, farão com que os cortes possam ocorrer mais cedo ou mais tarde”, afirma o gestor, embora enfatize que o momento exato será dependente dos dados.

Mas também há especialistas que consideram os primeiros cortes dos juros do BCE só vão avançar em meados de 2024. É o caso dos analistas da Ebury, que acreditam que a possibilidade de um corte nas taxas em abril é um cenário “cada vez mais improvável”. E os especialistas do Bank of America reiteram a sua previsão de um primeiro corte dos juros diretores em junho, embora apontem para “ações mais rápidas a partir de então, dependendo da desinflação”.

Para os analistas do Bankinter, o BCE está a empurrar os primeiros cortes dos juros para o verão de forma a “arrefecer” o mercado. Até porque há dois grandes fatores que preocupam o regulador europeu, uma vez que podem tocar na evolução da inflação no médio prazo. É o caso da evolução dos salários e ainda do desenvolvimento da crise no Mar Vermelho, que “se forçar a navegação em torno de África, resultará em custos logísticos mais elevados e graves estrangulamentos”.

Prestação da casa a descer

Foto de Fox no Pexels

Qual será a dimensão dos cortes dos juros do BCE em 2024?

Ao que tudo indica, os primeiros cortes dos juros do BCE poderão ocorrer só no verão de 2024. E há ainda outra questão a considerar: qual é a dimensão desta redução futura das taxas diretoras e em que ritmo irá ocorrer? Sobre este ponto, há especialistas que antecipam que haverá dois ou três cortes ao longo do ano, enquanto outros acreditam que poderá haver quatro descidas.

Para Alberto Valle, diretor da consultora financeira Accuracy, o BCE vai avançar com um ou dois cortes de taxas em 2024, desde que a inflação caia abaixo de 3% de forma consistente. E o economista-chefe da AXA Investment Managers, Gilles Moëc, acredita que haverá três cortes de 25 pontos base durante 2024, o que deixaria o preço do dinheiro em 3,75% no final do ano.

Esta é também a previsão da agência de notação de crédito Standard & Poor’s, que estima que, a partir do segundo semestre, o BCE irá avançar com com três cortes de taxas de 25 pontos base cada (75 pontos base no total) – esta estimativa está em linha com a dos economistas do Deutsche Bank. Por seu turno, a empresa de investimentos Renta 4 perspetiva quatro reduções dos juros em 2024, que perfazem um total de 100 pontos base.

Redução dos juros do BCE

Foto de Tima Miroshnichenko no Pexels

Como vão evoluir as taxas Euribor quando houver descida dos juros do BCE?

Agora, as taxas Euribor já começam a dar os primeiros sinais de descida, mas continuam altas – acima dos 3,5%. Os especialistas antecipam que só depois de o BCE avançar com os primeiros cortes de juros é que se poderá observar maiores descidas da Euribor – sobretudo a 3 e 6 meses, que têm experimentado diminuições mais tímidas até agora. A Euribor com prazos mais curtos não deverão ter uma “redução substancial até que as alterações nas taxas de referência do BCE se materializem”, prevê Miguel Cabrita. E não se espera que os juros no crédito habitação a taxa variável caiam rapidamente ao longo deste ano, pelo menos, não ao mesmo ritmo com que subiram.

Portanto, as taxas Euribor deverão continuar a recuar em 2024 acompanhando “uma mudança na trajetória dos juros”, disse à Lusa Henrique Tomé, analista da XTB, dando nota que a evolução destas taxas de referência não são só influenciadas pelas decisões do BCE, mas também pela inflação, conjuntura económica e pela descida dos juros da dívida soberana. Contudo, avisa que “estas perspetivas podem mudar rapidamente se houver mudanças na trajetória da inflação ou de outros indicadores económicos que possam levar o banco central a refletir sobre a sua estratégia de política monetária“.

Também Mário Martins, analista da ActivTrades, acredita que será provável que a Euribor a 6 meses termine este ano entre os 3,25% a 3,50%”, senão ocorrer “algo inesperado, que reverta o caminho de normalização da inflação para o nível desejado dos 2%, o que iria suspender este alívio”. Num cenário em que a economia da Zona Euro abrande de forma mais significativa, Mário Martins antecipa que a Euribor a 6 meses pode acabar 2024 entre os 2,75% e os 3%.

Por seu turno, a Fundação Caixa Económica (Funcas) e o CaixaBank estimam que no final do ano a Euribor a 12 meses rondará os 3%, enquanto o Bankinter acredita que cairá menos, até ao final de 2024, próximo de 3,25% e atingirá 2,75% em 2025.

Portanto, segundo as simulações do idealista/créditohabitação, se a Euribor descer para 3,5% em 2024, significa que as prestações da casa nos novos empréstimos da casa de 150.000 euros (com spread de 1% e prazo de 30 anos) poderão descer para cerca de 760 euros – o nível em que estavam na primavera de 2023. Se a Euribor cair para 3,25%, as prestações da casa ficariam em torno dos 730 euros. E no caso de a taxa descer mesmo para 3%, as prestações fixar-se-iam nos 715 euros durante os primeiros meses do contrato.

Assim, a descida progressiva da Euribor ao longo de 2024 – e sobretudo depois do BCE avançar com os primeiros cortes os juros – vai ter impacto nos novos créditos habitação a taxa variável. E por isso mesmo o BCE espera que haja um aumento dos nopedidos de crédito habitação por parte das famílias europeias no primeiro trimestre de 2024, algo que já não acontecia há dois anos.

Já nos créditos habitação existentes, a descida da Euribor vai ser sentida só quando as prestações da casa forem atualizadas. “Para os portugueses com crédito habitação de taxa variável, sobretudo aqueles com revisões a partir de abril, vão começar a sentir os efeitos da diminuição na Euribor. Já os que têm revisão na segunda metade do ano, observarão uma redução mais expressiva nas suas prestações mensais”, prevê ainda Miguel Cabrita. Há, contudo, famílias que vão ter de esperar mais tempo para sentir este alívio: por exemplo, quem tem crédito à habitação indexado à Euribor a 12 meses cuja prestação renovou em novembro passado, à volta dos 4%, terá de esperar por novembro de 2024 para que a prestação seja revista em baixa.

Euribor a cair

Foto de Jack Sparrow no Pexels

As próximas reuniões do BCE

O Conselho do BCE reúne-se aproximadamente de seis em seis semanas. Este é o calendário das próximas reuniões de política monetária do guardião do euro, nas quais vai anunciar as suas decisões sobre as taxas de juro diretoras:

  • 7 de março de 2024
  • 11 de abril de 2024
  • 6 de junho de 2024
  • 18 de julho de 2024
  • 12 de setembro de 2024
  • 17 de outubro de 2024
  • 12 de dezembro de 2024

Procura de crédito habitação arrefece apesar de spreads mais baixos

Juros altos continuam a ser principal responsável pela queda na procura de crédito para comprar casa em Portugal, diz BdP. Fonte: Idealista News

As elevadas taxas de juro continuam a afastar as famílias de contratar crédito habitação em Portugal, muito embora os bancos tenham vindo a oferecer spreads mais baixos. Quem o diz é o próprio Banco de Portugal (BdP), que revelou que no final de 2023 voltou a haver uma “ligeira diminuição da procura de empréstimos para aquisição de habitação”, também devido à confiança dos consumidores e às perspetivas para o mercado da habitação.

No que diz respeito ao crédito habitação, o mais recente Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), relativo ao último trimestre de 2023, revela que da “avaliação heterogénea por parte dos bancos resultou uma ligeira diminuição da procura de empréstimos para aquisição de habitação”, lê-se no documento publicado esta terça-feira, dia 23 de janeiro.

E o que é que justifica este recuo da procura por crédito habitação? “O nível geral das taxas de juro e, em menor grau, a confiança dos consumidores e as perspetivas para o mercado da habitação contribuíram para reduzir a procura no segmento da habitação, que foi ligeiramente atenuada pelo aumento das necessidades de refinanciamento e renegociação da dívida”, explica ainda o regulador liderado por Mário Centeno.

Spread no crédito da casa

Foto de Engin Akyurt no Pexels

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Spread dos créditos habitação a descer ligeiramente

Quanto à oferta, o BdP diz que não houve alterações nos critérios de concessão de crédito para a compra de casa – e a expectativa é que assim continue. Já no que diz respeito às condições de crédito, houve mudanças no final de 2023: registou-se uma “ligeira diminuição do spread” nos empréstimos da casa, sobretudo nos de risco médio. E porquê? “No crédito a particulares para aquisição de habitação, a concorrência de outras instituições bancárias contribuiu para reduzir os spreads”, explicou ainda.

Mas será que os bancos vão continuar a descer os spreads? A expectativa partilhada pelo BdP indica que, nos próximos 12 meses, espera-se que haja um “ligeiro aumento dos spreads nos empréstimos a PME e a particulares para habitação e consumo”. De notar que as taxas Euribor também já estão a dar sinais de descida, dando espaço à banca para subir um pouco as suas margens de lucro.

O que o BdP também diz é que nos últimos seis meses, os rácios de créditos não produtivos e de outros indicadores de qualidade do crédito dos bancos tiveram um “ligeiro contributo para tornar os termos e condições no crédito à habitação menos restritivos, decorrente de menores pressões associadas a requisitos regulamentares ou prudenciais”. E espera-se que assim continue, pelo menos, até junho de 2024.

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